Jean Piaget nasceu em 9 de agosto de 1896, em Neuchâtel, na Suíça, e faleceu em 16 de setembro de 1980, em Genebra. Embora fosse biólogo de formação, seu nome ficou marcado na história como um dos mais influentes pensadores da Psicologia e da Educação no século XX.
Da biologia à psicologia
Piaget iniciou sua carreira estudando moluscos, mas seu interesse logo se voltou para um “molusco” muito mais complexo: a mente humana. Trabalhando em Paris com Alfred Binet — criador do teste de QI —, Piaget começou a observar atentamente como as crianças pensam e aprendem.
Alfred Binet |
Essa curiosidade o levou a fundar o Centro Internacional de Epistemologia Genética, espaço dedicado a compreender como o conhecimento é construído ao longo da vida.
A revolução de Piaget
Piaget não queria apenas saber o que as crianças aprendem, mas como elas constroem o próprio saber. Sua Teoria do Desenvolvimento Cognitivo mostrou que o aprendizado é um processo ativo, no qual a criança interage com o ambiente e reorganiza suas ideias a cada nova experiência.
Ele identificou etapas claras no desenvolvimento cognitivo:
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Sensório-motor (0 a 2 anos) – aprendizado pelo toque, movimento e sentidos.
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Pré-operatório (2 a 7 anos) – desenvolvimento da linguagem e do pensamento simbólico.
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Operatório concreto (7 a 11 anos) – raciocínio lógico aplicado a situações concretas.
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Operatório formal (a partir de 12 anos) – pensamento abstrato e hipotético.
Impacto na educação
A pedagogia contemporânea deve muito a Piaget. Entre suas principais contribuições, destacam-se:
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Valorização da aprendizagem ativa: aprender fazendo e experimentando.
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Professor como mediador: guia o estudante, em vez de apenas transmitir conteúdo.
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Respeito ao ritmo de desenvolvimento: cada etapa exige métodos adequados.
No Brasil, suas ideias ecoam nas Diretrizes Curriculares Nacionais, na BNCC e em práticas pedagógicas que colocam o aluno no centro do processo.
Por que falar de Piaget hoje
Mesmo décadas após sua morte, Piaget continua atual. Num mundo de transformações rápidas e informação abundante, lembrar que o aprendizado é construído na interação com o meio é um convite a repensar como ensinamos — e como aprendemos.