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Quitandeiras, fotografia colorizada de Marc Ferrez, c. 1875. Dimensões: 15,8 × 22,1 cm. Instituto Moreira Salles (RJ), Brasil. |
1. Contexto Histórico
Fim da escravidão (1888): Lei Áurea libertou os escravizados, mas sem políticas de inclusão social ou econômica.
Proclamação da República (1889): Mudança política, mas manutenção das desigualdades sociais e econômicas.
População brasileira: 17,5 milhões de habitantes, com a maioria vivendo sem assistência do Estado.
2. Condições de Vida no Pós-Abolição
Abandono pelo Estado: Nenhum apoio, benefício ou incentivo foi oferecido aos ex-escravizados.
Manutenção da exploração: Muitos continuaram trabalhando para ex-senhores em condições semelhantes à escravidão.
Falta de mobilidade social: Dificuldades para ascender socialmente ou adquirir terras.
3. Trabalho no Campo
Sistemas de parceria: Ex-escravizados trabalhavam em plantio, colheita e cuidados com o gado, recebendo pagamentos irrisórios.
Cedência de pequenas lavouras: Alguns fazendeiros cediam lotes de terra para cultivo, mas a produção era majoritariamente para subsistência.
Migração para outras fazendas: Alguns ex-escravizados buscavam novas oportunidades em outras propriedades, firmando contratos de trabalho precários.
4. Trabalho nas Cidades
Migração urbana: Muitos ex-escravizados migraram para cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Recife em busca de melhores condições.
Mercado informal:
Homens: Trabalhavam como carregadores, ambulantes ou em roçados próximos às cidades.
Mulheres: Atuavam como domésticas, quituteiras ou vendedoras ambulantes de alimentos.
Continuidade de atividades: Muitas atividades urbanas, como o comércio ambulante, já eram exercidas durante a escravidão (escravos de ganho).
5. Moradia nas Cidades
Crescimento urbano: Expansão industrial e populacional no final do século XIX e início do XX.
Favelas e cortiços: A população negra e empobrecida foi relegada a áreas periféricas, sem infraestrutura básica.
Condições precárias:
Falta de saneamento básico, água potável e energia elétrica.
Proliferação de doenças devido às más condições de moradia.
6. Desigualdades Sociais
Elite no poder: As elites mantiveram seus privilégios, ignorando as demandas da população negra.
Falta de políticas públicas: Nenhuma medida efetiva foi tomada para integrar os ex-escravizados à sociedade.
Segregação espacial: População negra concentrada em áreas marginalizadas, tanto no campo quanto nas cidades.
7. Legado do Pós-Abolição
Exclusão social: A falta de apoio estatal perpetuou a pobreza e a marginalização da população negra.
Resistência e adaptação: Apesar das dificuldades, os ex-escravizados buscaram formas de sobrevivência e resistência, mantendo tradições culturais e criando novas estratégias de subsistência.