No século XVIII, o Brasil colonial passou por uma importante transformação com a descoberta de ouro e diamantes em regiões como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Esse período marcou o início da sociedade mineradora, uma organização social e econômica centrada na exploração de riquezas minerais. As cidades próximas às áreas de mineração cresceram rapidamente, tornando-se centros urbanos que reuniam pessoas de várias partes do Brasil e do mundo.
A sociedade mineradora era caracterizada por grande desigualdade social. No topo, estavam os senhores de lavras (donos das minas) e os comerciantes, que acumularam grande poder econômico. Por outro lado, a base da pirâmide social era composta pelos escravizados, que realizavam o trabalho pesado nas minas, enfrentando condições de vida extremamente difíceis, com jornadas exaustivas e altos riscos de acidentes. O trabalho escravo foi essencial para a economia mineradora, sendo intensamente explorado e expandido para sustentar a alta demanda de produção de ouro e diamantes.
Para garantir o controle sobre a riqueza, a Coroa Portuguesa impôs uma série de impostos, como o "quinto", que representava 20% do ouro extraído. Além disso, foi estabelecido o sistema de Casas de Fundição, onde o ouro era fundido e taxado antes de poder circular. Esse controle rígido aumentava as tensões entre a metrópole e os habitantes locais, gerando um clima de insatisfação, principalmente entre aqueles que se sentiam explorados e injustiçados.
A sociedade mineradora, ao mesmo tempo em que impulsionou o desenvolvimento urbano, também criou uma nova dinâmica de tensões sociais e resistências. Escravizados fugiam e formavam quilombos em busca de liberdade e condições melhores de vida. Esse cenário contribuiu para o surgimento de revoltas e movimentos que questionavam as imposições da Coroa, plantando as sementes para futuros movimentos de independência.