[1ª fase] Colonização do Brasil: o início

A colonização do Brasil está profundamente ligada ao contexto das Grandes Navegações europeias, iniciadas pelos portugueses no final do século XV. A busca por novas rotas comerciais, especialmente para as Índias, levou Portugal a investir em expedições marítimas. Com a conquista de novas terras, os europeus ampliaram sua influência econômica e territorial, o que acabou culminando na descoberta do Brasil.

Expansão marítima portuguesa
Rotas marítimas portuguesa 

A chegada dos europeus no Brasil (1500)

Pedro Álvares Cabral
Pedro Álvares Cabral

Em 22 de abril de 1500, a frota portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral chegou ao território que mais tarde seria chamado de Brasil. Cabral e sua tripulação avistaram o que seria o Monte Pascoal, no litoral da atual Bahia, e tomaram posse da terra em nome da coroa portuguesa. Este momento foi denominado “achamento”, já que o Brasil foi "descoberto acidentalmente" durante a rota para as Índias.

Primeiros Contatos com os Povos Indígenas

Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500 - Oscar Pereira da Silva
Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500 - Pintura de Oscar Pereira da Silva

Logo após a chegada, os portugueses entraram em contato com os povos indígenas que habitavam a região. A princípio, as relações foram pacíficas, com trocas de presentes e a prática do escambo – os portugueses ofereciam objetos simples, como utensílios de metal, em troca do trabalho indígena, especialmente na extração do pau-brasil.

Exploração Inicial: Pau-brasil e Feitorias

Pau-brasil
Pau-brasil

Nos primeiros anos da colonização, a principal atividade econômica foi a extração do pau-brasil, uma madeira valiosa na Europa devido à sua cor vermelha, usada para tingimento de tecidos. Para facilitar essa exploração, os portugueses construíram feitorias ao longo da costa brasileira. Essas feitorias eram entrepostos comerciais e defensivos, onde os portugueses podiam armazenar as madeiras antes de embarcá-las para a Europa. Durante os 30 primeiros anos, as atividades dos portugueses na costa brasileira ficaram restritas à prática extrativista de produtos naturais, consideradas especiaárias na Europa, por meio do escambo com os indígenas.

O Sistema de Capitanias Hereditárias (1534)

Capitanias Hereditárias
Capitanias Hereditárias

Em 1534, para organizar e expandir a colonização, a coroa portuguesa implementou o sistema de capitanias hereditárias. O Brasil foi dividido em grandes faixas de terra que foram concedidas a nobres portugueses, chamados de donatários, que tinham a responsabilidade de administrar, colonizar e defender suas capitanias. Embora algumas capitanias tenham prosperado, como São Vicente e Pernambuco, muitas fracassaram devido à falta de recursos e de apoio da coroa portuguesa, bem como à resistência indígena.

A Fundação de São Vicente e o Início da Agricultura

Fundação de São Vicente (Benedito Calixto)
Fundação de São Vicente - Pintura de Benedito Calixto

A fundação de São Vicente, no atual litoral do estado de São Paulo, em 1532, foi um marco importante na colonização portuguesa, pois foi a primeira vila fundada pelos portugueses no Brasil. A partir daí, a produção agrícola, especialmente de cana-de-açúcar, começou a se desenvolver, com o uso intensivo do trabalho indígena e, posteriormente, de africanos escravizados.

Os Desafios da Colonização

Apesar dos avanços, a colonização enfrentou diversos desafios. Os donatários encontravam dificuldades em manter comunicação com a metrópole e sofriam com constantes ataques indígenas. Além disso, as capitanias não tinham uma estrutura de apoio adequada, o que levou muitas delas ao fracasso. A centralização da administração foi uma resposta a esses problemas, com a criação do Governo Geral, em 1549, na cidade de Salvador, que passou a contar com a permanência de representantes diretos do governo português.