Tudo que você precisa saber sobre Atenas e Esparta para o ENEM
As pólis gregas eram as cidades-estados da Grécia Antiga. Estas cidades possuíam um alto nível de independência, ou seja, tinham liberdade e autonomia política e econômica. As duas principais cidades-estados que existiram são Atenas e Esparta.
Mapa da Península Balcânica com ênfase em Atenas e Esparta. |
Antenas
Atenas, fundada pelo Jônios, foi uma das principais cidades da Grécia Antiga, é reconhecida como o berço da democracia, que emergiu no século VI a.C. Seu rico legado literário e filosófico do Período Clássico destaca a cidade como um centro vital de conhecimento, ganhou relevância durante as Guerras Médicas, mas sofreu um declínio após ser derrotada pelos espartanos, na Guerra do Peloponeso.
O crescimento de Atenas ocorreu através da acumulação de riqueza, resultando em um grupo privilegiado, os eupátridas, que detinham o controle econômico e político da cidade. Nesse contexto, Atenas se configurava como uma pólis oligárquica. Os debates sobre o poder nessa época geraram mudanças significativas. A insatisfação popular aumentava, pois, camponeses endividados estavam perdendo suas terras e sendo vendidos como escravos. Esses fatores impulsionaram a colonização e provocaram revoltas sociais, que eventualmente levaram ao surgimento da democracia.
A pirâmide social de Atenas na Grécia Antiga era hierarquizada e composta por diferentes grupos. No topo estavam os cidadãos, todos homens livres e nascidos em Atenas, que tinham direitos políticos e propriedades. Entre os cidadãos existiam dois seguimentos, os Eupátridas, nobres e grandes proprietários de terras, e o Povo (demos), sendo a população livre, comerciantes e artesões. Abaixo deles estavam os metecos, estrangeiros residentes que podiam trabalhar e pagar impostos, mas não possuíam direitos políticos. Mais abaixo, os escravizados formavam a base da sociedade, sem direitos, e realizavam grande parte do trabalho manual e doméstico, sendo propriedade de seus senhores. As mulheres, apesar de livres, tinham um papel restrito na vida pública, não participavam da política.
Pirâmide Social de Atenas. |
Governo
Atenas é reconhecida por suas inovações políticas, especialmente no século VI a.C. Com as reformas de legisladores como Sólon e Clístenes, tornou-se a primeira democracia do mundo, com o termo "democracia" derivando do grego "demos" (povo) e "kratos" (poder). Diferente da democracia atual, a ateniense era direta, permitindo apenas a participação de cidadãos, excluindo mulheres, escravos e estrangeiros, nas decisões políticas em assembleias públicas. Apesar de suas limitações, esse sistema era revolucionário para a época.Ágora (ἀγορά; "assembleia", "lugar de reunião", derivada de ἀγείρω, "reunir") é um termo grego que significa a reunião de qualquer natureza. Ocorria uma variedade de atividades, assembleias, eleições, festivais, competições atléticas, desfiles, mercados e similares.
Ágora. |
Sociedade e Cultura
Atenas destacou-se por seu rico esplendor cultural, abrigando notáveis filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, além de dramaturgos como Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, e o historiador Tucídides. A cidade é considerada o berço da tragédia e da comédia no teatro. Sua arquitetura impressionante incluía monumentos famosos, como a Acrópole e o Partenon, e as artes visuais, especialmente a escultura e a cerâmica, também prosperaram.
A economia de Atenas era variada, englobando setores como agricultura, comércio, mineração e artesanato. A localização central de Atenas no mundo egeu favoreceu seu desenvolvimento, com portos que facilitavam o intercâmbio comercial com outras regiões da Grécia, do Mediterrâneo, e por isso mesmo desenvolveram uma forte marinha comercial e de guerra. A guerra, facilitada pela sua forte marinha, foi o meio principal para a obtenção de escravizados para sua estrutura de trabalho, ainda que existisse a escravidão por dívida.
Em Atenas, a educação era altamente valorizada e acessível para os meninos da elite. Eles estudavam diversas disciplinas, incluindo gramática, música e ginástica, além de receberem treinamento nas artes da guerra e da oratória.
Esparta se destacou como uma das principais pólis da Grécia Antiga, sendo marcada por seu intenso militarismo. Sua fundação ocorreu com a chegada dos dórios, um povo indo-europeu que invadiu a Grécia no século XII a.C., o que foi fundamental para seu crescimento como uma potência militar e política. Sua força militar foi essencial nas Guerras Médicas, bem como decisivo no seu predomínio durante a Guerra do Peloponeso.
Governo
Esparta possuía um sistema político singular chamado diarquia, com dois reis de famílias distintas exercendo funções, principalmente militares e religiosas. Complementando essa estrutura, havia a Gerúsia, um conselho de anciãos com mais de 60 anos, e a Ápela, uma assembleia de cidadãos. Além disso, um grupo de magistrados conhecidos como éforos detinha considerável poder administrativo.
Educação, Sociedade e Cultura
Esparta é amplamente reconhecida por sua sociedade voltada para a militarização. O sistema educacional espartano, conhecido como agoge, consistia em um rigoroso programa de treinamento físico e disciplina voltado para os jovens, preparando-os para se tornarem hoplitas, os famosos guerreiros espartanos. De maneira incomum para a Grécia antiga, as mulheres espartanas também eram submetidas a treinamento físico, pois se acreditava que mulheres saudáveis e fortes gerariam espartanos igualmente robustos.
A sociedade espartana tinha três segmentos sociais. Os espartanos ou esparciatas, era os descendentes dos dórios, guerreiros formados com a educação militar e os únicos com direitos políticos, era a menor parte da população. Os periecos eram os livres, descendentes dos aqueus, com boas condições de trabalho no comércio e no artesanato, mas sem direitos políticos. A base da sociedade eram os hilotas, eram a maior parte da população, formada a partir dos povos conquistados, eram submetidos a servidão, obrigados a trabalhar para os espartanos, e não tinham direitos políticos.
Pirâmide Social de Esparta. |
Economia
Diferentemente de Atenas, a economia de Esparta baseava-se fortemente na agricultura, sustentada por uma numerosa população de servos conhecidos como hilotas, que cultivavam as terras dos espartanos. Nascido dessa estrutura, o comércio e a manufatura em Esparta eram bastante limitados, e, em vez de usar as moedas de ouro e prata comuns em outras regiões da Grécia, a moeda de ferro era mais usada em Esparta.
Importante
• Em Esparta, as mulheres gozavam de um status superior em comparação com outras regiões da Grécia, recebendo educação, possuindo direitos de propriedade e desfrutando de mais liberdade.
• A sociedade espartana apresentava contradições, com um rígido sistema militar que, embora eficiente, era criticado por sua crueldade.
• Havia também uma dependência da exploração dos hilotas, que frequentemente sofriam opressão por revoltas.